Fatecs Cotia e Pompéia desenvolvem ‘ChatGPT do campo’
Plataforma digital SB100 integrará bancos de dados com uso de inteligência artificial para auxiliar produtores rurais em decisões agronômicas mais sustentáveis
Alunos da Fatec Cotia (ao centro) com o professor Izaías (esquerda) e o coordenador Johne (direita)
As Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) Cotia e Pompéia desempenham um papel estratégico no desenvolvimento da Smart B100 (SB100), uma plataforma digital inovadora que pretende integrar bancos de dados com inteligência artificial (IA) generativa. O objetivo da iniciativa é oferecer e avançado, com atualização permanente, a produtores rurais, permitindo decisões agronômicas mais sustentáveis e eficientes no dia a dia.
A revista Circuito esteve lá na Fatec Cotia e conversou com professores e alunos que fazem parte do projeto que está dando vida a um “agrônomo virtual” que deve contribuir muito com a agricultura em nosso Estado, no Brasil e, quem sabe, no mundo inteiro.
“São diversas universidades e centros de pesquisa envolvidos, mas temos orgulho de dizer que as Fatecs serão responsáveis pela criação da IA, que é o cérebro deste grande projeto”, afirma o professor Bráz Izaías da Silva Jr., da Fatec Cotia. Ele é um dos pesquisadores principais responsáveis pelo desenvolvimento do sistema computacional que servirá como base para a plataforma e do Large Language Model (LLM), tecnologia semelhante à utilizada por assistentes de chatbot como o ChatGPT.
Da Fatec Cotia, participam ainda os professores Meg Andrade, Silvio Barbieri e Dionísio Gava e os alunos bolsistas em iniciação científica, Júlia Cassitas – 6 semestre do curso de Ciências de Dados, Jean Acêdo (4 semestre), André Veloso (4 semestre), Dirceu Gerardi (4 semestre) e Guilherme dos Santos (candidato a bolsista).
Os alunos bolsistas em iniciação científica: Julia Cassitas, Jean Acêdo, André Veloso, Dirceu Gerardi e Guilherme dos Santos (candidato a bolsista) com o Prof. Izaías.
A cotiana Julia Cassitas, de 26 anos, formada em biomedicina, está fazendo sua segunda graduação na Fatec Cotia. Para ela, que pretende ser professora no futuro, participar deste projeto de iniciação científica está sendo a realização de um sonho: .“Eu sempre tive o desejo de participar de uma grande pesquisa e publicar um artigo sobre ela”, conta. “Está sendo muito desafiador e instigante aprender sobre esta área agronômica e sobre como as inteligências artificiais funcionam”, avalia.
Na Fatec Pompeia, o SB100 é capitaneado pelo professor Luís Hilário Tobler Garcia, junto aos docentes João Ricardo Favan, Allam Siriani e Luis Eduardo Zamariolli. A unidade contribui com a formação de profissionais para criar sistemas baseados em IA, ciência de dados e robótica, por meio do curso superior de tecnologia em Sistemas Inteligentes.
Centro de pesquisa
O projeto faz parte do Centro de Ciência para o desenvolvimento Smart Boletim 100 (CCD-SB100), aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), com o intuito de encontrar soluções para desafios do setor, apontados pelas empresas do agronegócio e corroborados pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Com um investimento de R$ 20 milhões, entre recursos públicos (R$ 10 milhões da Fapesp) e privados, a iniciativa tem duração prevista de cinco anos.
“Os primeiros estudos serão voltados à produção de soja, frutas cítricas e cana-de-açúcar, que representam as maiores demandas do Estado. Após a estruturação do centro, será possível adaptar a base de dados para qualquer cultura do País ou até mesmo para outras áreas de interesse”, explica o professor Izaías. Segundo ele, não existe nenhum projeto semelhante em complexidade e envergadura no cenário nacional. “O SB100 figura como um dos mais inovadores, complexos e relevantes projetos para o agronegócio no mundo, setor que tem a missão de garantir a alimentação farta, barata e de boa qualidade para as futuras gerações”, diz.
Como funciona
O SB100 combina conhecimentos científicos sobre solo, plantas e clima com os mais recentes avanços tecnológicos, gerando recomendações agronômicas confiáveis e ágeis sobre os melhores tipos de defensivos agrícolas, melhor época de plantio e colheita de acordo com as condições climáticas do momento, entre outras. No longo prazo, também serão criados índices de decisão multicritério para otimizar o uso de fertilizantes e bioinsumos. Toda a cadeia agrícola será beneficiada. Até o setor bancário poderá consultar a plataforma para saber onde deve ou não aplicar os seus recursos de financiamento agrícola.
O Boletim 100, versão impressa, já é o responsável, em grande parte, pela eficiência da agricultura no Estado de São Paulo.
“O projeto de pesquisa de culturas já existe, acompanhando atualmente 150 culturas em intervalos de 10 anos. No entanto, até agora, há 43 anos, toda a análise era feita manualmente, com coleta e interpretação de dados que eram inseridos em uma publicação impressa decenal do Instituto Agronômico do Estado de São Paulo, o Boletim 100. Com a Inteligência Artificial, o processo será muito mais ágil, e os resultados poderão ser personalizados”, acrescenta o professor. Segundo Izaías, o Boletim 100, versão impressa, já é o responsável, em grande parte, pela eficiência da agricultura no Estado de São Paulo.
“O SB100 envolve cinco grandes áreas, 30 pesquisadores diretamente ligados aos projetos e centenas de pesquisadores e laboratórios indiretamente envolvidos, de acordo com a necessidade”, comenta Izaías. “A primeira área é a de curadoria, que garante que toda a informação colocada no projeto é uma informação avalizada por cientistas, porque se você alimentar uma inteligência artificial com fakenews, ela vai te ar informações falsas”, explica. Segundo ele, os pesquisadores da Fatec de Cotia estão trabalhando na área de LLM, que é a escolha do melhor modelo de inteligência artificial a ser utilizado. Além destas, ainda há as áreas de Modelagem do Living Lab, que testa a aplicabilidade do projeto no dia a dia das culturas agrícolas e realimentam o modelo, e as áreas de Comunicação em Gestão Integrada e Mobilização e Divulgação dos resultados do trabalho.
Izaias ainda ressalta que este projeto está sendo feito para a área agronômica, mas a sua estrutura futuramente poderá ser usada para outras áreas como a de saúde ou no setores bancário ou de logística inteligente, por exemplo.
O coordenador do curso de Ciências de Dados, Johne Marcus Jarske (esquerda) com o professor Izaías.
Ciência de Dados
Segundo o coordenador do curso de Ciências de Dados, Johne Marcus Jarske, o curso, que tem 6 semestres, existe na Fatec de Cotia desde 2021 e hoje conta com 6 turmas e um total de 160 alunos divididos em 6 turmas. “É um curso que hoje apresenta uma boa perspectiva de estágios e empregos, com salários acima da média de Cotia, para os nossos alunos e por isso é um dos mais procurados em nossa unidade”, conclui.
Parceiros
Ao todo são oito instituições que se organizaram para realizar o projeto. Na liderança está o Instituto Agronômico (IAC), sede da proposta, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), representada pela Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), pela Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC), pela Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) e pelo Instituto de Biociências (IB). Também participam a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (USP/Esalq). A contribuição do Centro Paula e Souza se dá por meio das Fatecs Cotia e Pompéia. A Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo são duas das parceiras empresariais já confirmadas para e ao projeto.
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