Granja Viana também tem representantes da moda Lolita

Conheça a moda inspirada no ânimes e na cultura kawaii, do Japão e quem possui mais de 5 mil adeptas em todo o Brasil

Elas surgiram no final da década de 70 e início da década de 80, no Japão. Se inspiram na cultura Kawaii que significa fofa, adorável e não podiam ter outra inspiração, aliás esse também é um nome que melhor combina com essa moda, pois as Lolitas, nossas personagens desta matéria são mesmo uma fofas, lindas bonequinhas; mas só que de verdade, que desfilam graça e beleza ao estilo vitoriano ou rococó.
Saias rodadas até o cumprimento do joelhos, adas por armações, renda, chapéu, sombrinha,  tecidos de tricoline,  algodão e chiffon, sempre de boa qualidade; babados, rendas, laçose  órios delicados completam o visual com cabelos cacheados ou com  franja e muito bem penteados, no cabelo, maquiagem impecável no estilo gueixa.
Visto como uma espécie de subcultura japonesa, o termo Lolita foi usado pela primeira vez em 1987, na revista Ryukou Tsushin.
No Brasil, foi chegando de forma tímida junto com o gosto das garotas pelos mangás e animes de heroínas, no começo dos anos 2000. O bairro da Liberdade, maior colônia japonesa  do mundo foi também o principal foco do movimento. De acordo com o Censo Lolitas de 2017, feito pela estudante de Jornalismo Amanda “Amy” Alves, também adepta da moda Lolita,  38% das Lolitas brasileira, cerca de cinco mil, estão na capital paulista.
A Granja Viana também tem representantes. Formada em Estética e Cosmética, com Ênfase em Maquiagem Profissional pela Universidade Anhembi Morumbi, a jovem moradora da Granja, Kelly Yuri, 21 anos, fez o seu Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, sobre a moda Lolita da qual é adepta. E não está sozinha por aqui. Jéssica de 27 anos e Sayuri, de 32 anos, também fazem parte do grupo de granjeiras que curtem a moda.
Não, não é colsplay como alguns erroneamente confundem. Pode-se dizer até que há uma inspiração dos HQs e Animes que sempre fizeram parte da cultura oriental e tem uma legião de fãs no Brasil e no mundo.
“Como o Autor Perry Hinton uma vez citou sobre a moda, seria ‘um mundo de menina cheio de babados e bonecas, mostrando assim, a vontade das mulheres adultas de escapar de suas árduas rotinas e reviver um mundo fantasioso e doce’”
Ela conta que de acordo com sua pesquisa para o TCC, descobriu que a maioria das Lolitas brasileiras consideram o estilo um hobby, apenas para se divertirem, sair com amigos nos finais de semana ou participarem de eventos.
Na pesquisa feita no meu TCC, descobrimos que a maioria considera um hobby ou seja, só usa de fim de semana, pra sair com os amigos ou para ir para eventos e que uma minoria considera o estilo uma “life style”. Primeiro porque o clima tropical do Brasil é um grande empecilho para essa moda com tanto pano. E segundo porque não há lojas específicas para o estilo e as que existem cobram caro.
Quando participam de eventos, aproveitam também para desfilarem seus modelitos pelas ruas da Granja Viana, de São Paulo ou seja lá onde for o evento, muitas vezes de ônibus ou metrô. E é comum as pessoas abordarem e pedir para tirar fotos, outras pensam que se trata de alguma gravação de filmes. Tem também os que dão risada ou tiram sarro e fazem piadas, mas elas dizem não se incomodarem com isso.
“Ao se vestirem como Lolitas se sentem mais confortáveis, bonitas e se identificam com o visual. Poucas consideram um estilo de vida. Posso dizer que quando nos vestimos e saímos como Lolitas, nos sentimos confiantes em nós mesmas”. Mais que isso, elas defendem ainda que é uma forma de mostrar que as mulheres podem ser o que quiserem, se divertirem e serem felizes sempre, independente de idade.
“Eu sempre tive um contato muito grande com a cultura japonesa, desde pequena eu ganhava livros, mangás e assistia canais de televisão japoneses na casa dos meus avós”, lembra Kelly.  Sempre via as pessoas que se vestiam diferente, os animes com personagens fantasiosos, Magical Girls, e conforme fui crescendo, fui procurando conhecer mais essa moda em específico e notei que me identificava muito com o conceito e o visual”
Mas quem pensa em aderir a moda, precisa saber que não é tão ível. Segundo nossas Lolitas não há lojas especializadas no Brasil, e é preciso garimpar muito para encontrar os produtos, muitos são importados. E caros. Um traje completo custa em média R$ 1,2 mil.
De acordo com a pesquisa da Lolita Kelly, isso justifica o fato de a maioria ter entre 20 e 30 anos de idade. “As interessadas na moda já têm autonomia e independência para comprar e criar suas próprias peças de vestuário e ir aos eventos e meetings (encontros) que fazemos”.
Os encontros normalmente ocorrem na casa e alguma Lolita, regado a chás, bolos e biscoitos ao estilo inglês, oportunidade para se conhecerem e trocarem informações ou ainda marcarem novos eventos.
Kawaii
Para Kelly que dedicou meses estudando a moda Lolita e a cultura Kawaii, não se trata apenas de usar uma roupa bonita. “O conceito da cultura Kawaii, algo que eu acho lindo e que aplicamos todos os dias sem nem perceber, mesmo as pessoas que não se vestem como Lolitas. Ver o lado bonito da vida, a beleza nas pequenas coisas dos nossos dias, não só objetos como gestos também, tudo isso pode ser kawaii (fofo), Justifica. “E a moda é uma forma de me sentir assim também, me dedicar à minha própria felicidade e me sentir bem, comigo e com as pessoas ao meu redor”.
Estilos
A moda se divide em vários estilos, casual, punk, ghótico,  clássico, country entre outros mas uma Lolita não precisa ser fiel a um estilo específico, a menos que queira. AS nossas três personagens optaram vir para a entrevistas de Ghótica (Kelly)  em que predomina tecidos  e órios nos tons escuros como preto, azul  e algumas vezes o vermelho.
Jéssica optou pelo estilo clássico, que remete às modas vitorianas e rococó, com tons claros coo bege, marrom e motivos florais.
Por fim Sayuri  preferiu  o estilo Sweet, (doce) onde as cores predominantes são a rosa, azul, verde com estampas fofas e bonitinhas como flores, frutas, corações, tudo inspirado na infância.

Artigo anteriorQuase metade dos pacientes não comparece às consultas agendadas nas UBSs de Cotia
Próximo artigoPrefeitura de Carapicuíba segue com obras de adequações do quartel do Corpo de Bombeiros