CARTAS – OUTUBRO

Cartas – Edição 155 – Novembro 2012

ELEIÇÕES 2012

AO SR. LUIS GUSTAVO NAPOLITANO

Participei da reunião entre você, o Cristiano e alguns moradores da Rua das Camurças, no Jardim do Engenho. ito que fui com a intenção de  “interrogálo”, mas, naquele momento, entendi que seria melhor ouvi-lo.
Ouvi bem menos do que esperava, ou melhor, menos do que imaginava, diante do que se conhece por “discurso” político. Entretanto, achei prudente que não falasse de mais nem de menos, pois acredito que no caminho no qual ainda está gatinhando é necessária certa cautela ou, se preferir, uma ousadia bem dosada.

Desde que me reconheço com certa consciência política, sou petista. Após a vitória do Lula (quando digo Lula, entendo que o Partido dos Trabalhadores resumiu-se à pessoa dele. É uma pena, uma vez que o ser humano se perde – e, muitas vezes, tudo ao redor – ao se embriagar com a vaidade), observei ideias, ideais e propostas intelectualmente, filosoficamente e tecnicamente bem construídas derreterem feito a terra sob forte chuva. Lamento. Não sou nem nunca fui “pseudossocialista” (o que parece que se tornou a bandeira do PT), mas ensinada a acreditar no trabalho – ele reforça a autoestima, a dignidade e a integridade do indivíduo, independentemente da classe social. A solidariedade, certamente, torna a batalha diária mais feliz. Tenho consciência de que a democracia que experienciamos neste momento da história do país não a perto do real signifi cado de democracia. Vivemos, atualmente, um “paternalismo demagógico e oportuno”. Um paternalismo que aleija e torna cego o indivíduo e, por consequência, a nação. Lembra-me os imperadores romanos achacando o povo com altíssimos impostos e, em compensação, no Coliseu (uma das sete maravilhas do mundo), durante os espetáculos: “ao povo pão e circo”. Triste.

O Brasil é um país, em minha opinião, muito promissor, mas boa parte dos brasileiros nem sequer nota.

Há 16 anos, moro em Cotia. O bairro é simples, as pessoas também – lembrando que simplicidade não é sinônimo de ignorância. E esta, um obstáculo intransponível, constatei em algumas situações nas quais tentei exercer meu papel de cidadã (foi assim que o conheci, isto é, num desses exercícios).

Em se tratando de política, não me considero otimista, porém iro aqueles que possuem qualidades importantes, como consciência, flexibilidade, certa ousadia, educação (técnica, acadêmica e aquela proporcionada pela vida) e humildade para transitar nas diversas camadas sociais sem corromper sua essência (aquela com a qual fomos dotados por Deus). Isto é, também, uma arte. Desde ontem, estou me esforçando para não resistir tanto, digo, para pôr de lado a imagem negativa que tinha da sua pessoa, advinda do momento em nos conhecemos, e simplesmente dar-lhe um voto de confi ança. Como disse, ouvi pouco, mas concordo que a verdadeira política (não a politicagem) se faz com parceria, e torço para que o justo e o sensato aconteçam e prevaleçam. Acho que “falta” educação (a começar por aquela herdada da instituição família − valores, princípios) acadêmica, quero dizer, o desinteresse pelo aprendizado me assusta (parafraseando Benjamin Franklin: “A única coisa mais cara do que a educação é a ignorância“), mas não é coisa simples, fácil nem óbvia de se resolver. “O voto esclarecido” talvez seja uma meta. E, se for, é um objetivo que não abriga desistência.

O importante, mesmo, é o primeiro o, e creio que você já o deu. O respeito pelo lugar onde se vive é imprescindível. Não há como preservar e amar o que não se conhece, não se respeita.

A sua iniciativa de ir “ao encontro” do eleitor é irável. Espero que tenha feito isso, de fato, com o coração e a alma abertos. Não sei se possui alguma religião, mas quero crer que, ao menos ao seu modo, acredite na onipresença, onisciência e onipotência de Deus, porque aqueles que acreditam (entre os quais me incluo) fi zeram e fazem suas orações contigo e por ti com o coração. Então te peço: nunca zombe disso.

Não espero milagres, mas quero crer na sua boa vontade, iniciativa, verdade, solidariedade.
Que Deus te abençoe com direcionamento, recursos, discernimento, sabedoria, confiança e coragem nessa jornada que está apenas começando.

Boa sorte!

Maria Cristina Ortega Borges, Cotia (SP)

 

ELEIÇÕES 2012

Ouvi muita gente dizer que votaria nulo, falando mal dos políticos, e, com razão, demonstrando sua indignação pela sujeira deixada nas ruas pelas propagandas. Realmente existe muita coisa errada por aí, mas acredito numa política que se faz no dia a dia, desde um simples bom dia até uma ação social e educativa por meio de palestras e cursos de capacitação, por exemplo. O povo deve ser conduzido a abandonar o pensamento pequeno de que a política é algo ruim. Que bobagem! Todos nós precisamos dela, e ainda se declara que o Brasil é o país da corrupção. Devemos, antes, rever o que temos feito para mudar esta realidade. Dia 7 de outubro, eu votei, fi quei feliz com os resultados em prol do meu bairro e também não pretendo me acomodar na expectativa de ser “servido” por candidatos, partidos, prefeitura. Enfim, como já dizia John F. Kennedy: “Não  pergunte o que seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país”. Fica aqui o meu recado. Um grande abraço a todos os leitores!

Matheus Portelinha, Cotia (SP)

 

OPINIÃO

O Grande P…ogresso da nossa Granja

Crescer é natural, é saudável e economicamente conveniente. Não creio que existam pessoas contra o crescimento, seja físico, mental ou territorial. Mas quando esse crescimento é realizado sem os fundamentos estruturais naturais inerentes à sua grandeza, certamente deturpará o curso normal da sua existência.

Estamos assistindo a uma grandeza totalmente desorganizada da nossa Granja. Mais parece uma composição lírica sem o conteúdo necessário nem o estudo profundo que permite um seguimento harmônico da melodia pretendida. As notas da partitura parecem um embaralhado sem sentido, deturpam a nossa visão, ouvidos e olfato, e atentam contra a nossa saúde pelas consequências poluentes.

Aprovam-se projetos estruturais compostos de centenas de escritórios e centros comerciais, que convergem a um único retorno (Km 23) e provocam a maior babel viária. Formam-se longas filas e congestionamentos que tornam o dirigir para alcançar estes centros uma aventura perigosa, com risco real de vida. Novos projetos arquitetônicos estão em via de ser aprovados para a construção de mais edifícios, cujos engenheiros e arquitetos, egocêntricos, não levam em consideração a natureza e seus habitantes, pensam apenas em se perpetuar nas suas obras efêmeras, utilizando desenhos arquitetônicos majestosos para, assim, mostrar a todos que são mais capazes que os deuses da criação. O trânsito caótico da nossa pobre e mal conservada estrada assiste diariamente a um tráfego imenso de veículos pesados que se utilizam da faixa esquerda sem a preocupação de serem advertidos ou multados, pois a fiscalização é inexistente (não adianta a Polícia Rodoviária mostrar sua estatística, ela é realmente invisível na estrada. Todos nós sabemos disso, principalmente os que diariamente se dirigem ao seu trabalho e têm de enfrentar um congestionamento planetário e a falta total de dis
ciplina dos caminhões e ônibus). Uma viagem a São Paulo durava 25 minutos, há apenas uns cinco anos. Atualmente, esse trajeto leva mais de 90 minutos. Aparentemente, não temos um Plano Diretor para nossa região. Provavelmente, estamos mais preocupados em arrecadar impostos provenientes dessa expansão imobiliária e industrial do que em estruturar este suposto p…ogresso nosso de cada dia. Até quando devemos tolerar este caos? Talvez quando nossas propriedades sofrerem uma desvalorização drástica? Ou talvez quando apenas pudermos alcançar o nosso destino utilizando o helicóptero? Provavelmente será tarde demais… A minha paixão pela Granja vem se exaurindo. Chegará o momento em que terei de partir com uma imensa mágoa no coração. Aqui tinha paz, saúde sem poluição, natureza rica em fauna e flora, silêncio, ótimos vizinhos. Senhores governantes do nosso município, é tempo de reverter este p…ogresso tão agressivo e sem estrutura, talvez um Plano Diretor consciente elaborado por pessoas eminentes deste município, que tanto ofereceu no ado aos seus moradores, e que sabem muito bem o que é necessário e conveniente, possa orientar suas decisões futuras. Fica aqui registrado o grito de socorro para a Granja. Espero que alcance as pessoas certas e que estas não estejam utilizando aparelhos de surdez.

Jean Georges A. Saouvan – Granja Viana (SP)

 

AGRADECIMENTO

FICOU BÁRBARA A MATÉRIA!

Agradeço o prestígio e o carinho por meu trabalho, apresentado de forma tão elegante e profissional. Com  um abraço cordial,

Beto Junqueyra, Granja Viana (SP)


FACEBOOK

Esta galera é da pesada… a cada edição, um degrau acima na escalada do sucesso e da competência.
Parabéns a todos.

Eduardo Soares

Parabéns para toda a equipe da CIRCUITO! Tenho orgulho de tê-los como amigos; vocês fazem um trabalho TOP!

Fau Barbosa

A CIRCUITO tem um excelente time, que procura dar o melhor de si para o leitor.

Wlad Farias

Resposta da Prefeitura de Cotia referente à carta do leitor Jarbas Coimbra, publicada na edição 154.

As obras de recapeamento da Estrada Carlos Antonio Pereira de Castro vão da Manoel Lages até a confluência com a entrada do Condomínio São Fernando Golf Club. No trecho inverso, ou seja, do Condomínio Granja Caiapiá até a Estrada das Pitas, as obras de recapeamento terão continuidade após a colocação de guias e sarjetas. Os serviços serão retomados em 22/10.

 

 

 

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