No fim de setembro deste ano, a turma do 9º ano do Ensino Fundamental, junto com seus colegas de Ensino Médio do Colégio Sidarta, embarcaram para a viagem mais esperada do ano: a já tradicional viagem de voluturismo. Em vez de um eio de formatura tradicional, os estudantes se envolvem em ações de voluntariado e turismo.

Esse é o Projeto Andoriar, que atende um dos princípios do Sidarta: É essencial estimular a consciência do serviço à sociedade. “Compreendemos que a escola precisa resgatar o valor da coletividade, desenvolver o olhar mais amplo do aluno e, nesse cenário, surgem ações de voluntariado”, afirma a orientadora educacional Beatriz Carvalho. “O voluntário é aquele que olha para além de si mesmo, vê e sente a necessidade do outro e, diante disso, atua.”
O destino deste ano foi uma comunidade ribeirinha da Vila Cuiabá-Mirim, em Cuiabá (MT).

Um grupo de 67 alunos realizaram as seguintes ações: construção do parque, atendimento na área de saúde (consultas individuais com uma médica parceira e triagem de diabetes e hipertensão), oficinas de contação de histórias, oficina de Libras e montagem de uma biblioteca com 400 títulos.

A diretora da EM de Cuiabá-Mirim, Claudia Aparecida, conta que, para sua equipe, a maior aprendizagem foi a montagem da biblioteca. “Percebemos que, com material simples e reciclável, podemos transformar o ambiente escolar em um ambiente mais agradável e atrativo. Agora, temos mais um incentivo para a leitura”, afirma. Em relação aos alunos, ela destaca o jeito diferente de contar histórias fazendo com que as crianças não se dispersem. “Elas vão gostar de ouvir as narrativas sentadas em roda ou até mesmo deitadas no chão.”
Tudo isso só foi possível graças às parcerias no projeto, como o engenheiro Lao Napolitano, que contribuiu com a construção do parque, a médica Tatiana Mohovic, que também é mãe de aluno do Sidarta, e Alice Galvão, da Pousada Mutum, que hospedou todos os voluntários. “Cada participante, aluno ou professor, ao final dessa experiência de imersão, levou uma aprendizagem diferente que tem a ver com troca cultural, empatia e convívio”, declara a diretora istrativa Maria Aparecida Schleier. “Destaco também a disponibilidade de todos de sair de suas zonas de conforto para viver novas experiências.”
Enquanto as ações se desenrolavam no Pantanal, aqui, em Cotia, um grupo de 23 alunos realizou 25 iniciativas na EM Edith dos Santos Silva, no Jardim Pioneira. Entre elas estão os momentos de contação de histórias realizada pelos alunos do Sidarta para estimular o apreço à leitura e a instalação de painéis sensoriais e motores para estimular o tato e o movimento das crianças. “Nas diversas frentes de ação, foi possível exercitar o que é ser um voluntário. Todas envolveram, com diferentes graus de complexidade, a doação do tempo, o exercício do talento em prol do outro e a obtenção de resultados visíveis para a comunidade local”, explica a orientadora Beatriz.

O professor Claudio Duarte, que leciona Geografia no Sidarta, participou da ação no Jd. Pioneira. Para ele, o trabalho foi capaz de “reforçar vínculos, que nem sempre acontecem em sala de aula, além de estimular parcerias futuras”. Beatriz reforça: “Nossos estudantes aprenderam muito com os alunos da comunidade, mas foi também uma oportunidade de crescimento para outros envolvidos: equipe docente, pais voluntários do Sidarta e comunidade escolar do Jardim Pioneira”.

Quatro experiências de grandes aprendizados
Com a viagem deste ano a Cuiabá-Mirim, o Colégio Sidarta soma quatro viagens de volunturismo que só se aprimoram com o tempo. Tudo começou em 2015, quando os alunos decidiram por esse modelo de viagem de formatura colocando em prática os valores aprendidos na escola. “Assim como as andorinhas, nossos estudantes voam juntos em revoada levando coisas boas para outras bandas”, define Maria Aparecida.

No primeiro ano, eles atuaram em uma comunidade de Florianópolis (SC). Durante uma semana do mês de setembro, tiveram uma rotina intensa de trabalho voluntário de cunho socioeducacional e contato com a natureza dentro do projeto Revolução dos Baldinhos, instaurado na comunidade Chico Mendes, que sofria com um problema de acumulo de lixo.

Em 2016 e 2017, a turma foi para Regência Augusta (ES), que sofreu grande impacto ambiental decorrente do vazamento das barragens da mineradora Samarco. “Entregamos à comunidade dois quiosques construídos com técnicas de bioconstrução: um para alunos da escola pública e outro no centro comunitário da cidade”, conta Maria Aparecida. “Esses espaços servem, atualmente, para atividades de lazer e cultura. O parque da escola municipal de Educação Infantil de lá também foi reestruturado.” Qual será o destino de 2019?

Artigo anteriorAs consequências do lixo jogado nas praias
Próximo artigoDr. Castor (PSD) assume a presidência da Câmara de Cotia