Homem que cuida dos filhos em casa é ‘menos homem’, afirma 26% dos brasileiros

Dos países que mais concordam com essa afirmação, o Brasil está entre os três primeiros. Pesquisa, realizada pela Ipsos em 27 países, foi para mostrar a igualdade entre homens e mulheres no que se refere à responsabilidade de cuidar das crianças e do lar

O Brasil é o terceiro país que mais concorda que um homem que fica em casa para cuidar dos filhos é ‘menos homem’. A pesquisa, realizada pela Ipsos em 27 países, apontou que 26% dos brasileiros concordam com a afirmação, ficando somente atrás da Coreia do Sul (76%) e da Índia, com 39%.
No mundo, a maioria dos entrevistados (75%) discorda da afirmação. De acordo com a pesquisa, Sérvia, Holanda e Colômbia têm maiores percentuais de discordância. A pesquisa quis mostrar a igualdade entre homens e mulheres no que se refere à responsabilidade de cuidar das crianças e do lar.
Com relação ao dever das empresas e empregadores a oferecerem flexibilidade para equilibrar o cuidado com as crianças e a vida profissional, 73% do total dos pesquisados são a favor dessa iniciativa. Novamente os sérvios tomam a dianteira, com 90% dos entrevistados que concordam com a afirmação, seguidos pelos chilenos (83%) e colombianos (81%).
Já no Brasil, 59% das pessoas entrevistadas concordam que a empresa/empregador deve flexibilizar e auxiliar no equilíbrio entre vida profissional do homem e o cuidar dos filhos. No entanto, 31% discorda que isso é importante, com índices maiores entre donos de negócio próprio (42%) e os mais jovens (36%).
O diretor de clientes na Ipsos, Rafael Lindemeyer, avalia que os números de discordância sobre a necessidade de flexibilização das empresas sobre o auxílio aos homens para cuidar dos filhos são convergentes com o número de pessoas que acredita que um homem é menos “homem” quando está em casa cuidado do lar e dos filhos.
“A pesquisa mostra que esse equilíbrio parece não ser tão necessário de acordo com o estágio de vida, pois muitos ainda não sentiram na pele a necessidade de dividir o cuidado do filho ou porque isso interfere em uma dinâmica do negócio”, diz Lindemeyer.
O estudo foi realizado em 27 países, com 18.8 mil entrevistados, sendo mil brasileiros, entre os dias 21 de dezembro de 2018 e 4 de janeiro de 2019.
DISCRIMINAÇÃO CONTRA AS MULHERES
Quando perguntados se acreditavam que a discriminação contra mulheres que cuidam exclusivamente das crianças e do lar poderia terminar em 20 anos, os pesquisados ficaram divididos. Duas em cada cinco pessoas se mostraram confiantes nessa mudança. Aproximadamente a mesma proporção (42%) respondeu que não acredita.
Entre os países que acreditam que a discriminação terá terminado em vinte anos estão: Índia (59%), Malásia (55%) e Brasil (52%). Os menos confiantes são Hungria (24%), Rússia (23%) e Japão (14%). Entre os brasileiros os mais confiantes são os homens (55%), mais jovens (56%) quem ocupa cargo de decisão e liderança.
Por José Rossi Neto

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