O intelectual luso-brasileiro e morador de Cotia, João Barcellos, acaba de lançar seu quarto livro, Chicote Artificial. A obra foi escrita durante o período de pandemia.
“A ideia para o Chicote Artificial partiu de uma frase que escutei entre goles de ´Porto´ e a aberração pandêmica que vivemos e que fez emergir alguns males societários que nos rodeiam, como a estúpida patrulha ideológica tão do agrado de stalinistas e mussolinistas, assim como de certos clãs exotéricos (não esotéricos, por serem meramente mercantis e decadentes tendo a mulher como escrava em altar para a barbárie). Os grupos de estudos que leram a peça gostaram e agora já circula por aí…”, revelou João Barcellos para uma rádio galega.
João coordena ainda duas coletâneas literárias (Debates Paralelos e Palavras Essenciais, com 15 volumes cada) e finaliza agora a 16ª de Debates Paralelos com o tema Viver História (Parte 4), que incluiu estudos de diversos intelectuais e será lançado em agosto.
Resenha
Em crítica a obra, o fotojornalista e Serigrafista Mário G. de Castro escreveu:
“A leitura de peças literárias, produzidas por João Barcellos, trazem sempre o novo para um crítico. Li o primeiro rascunho (para ele sempre o definitivo) baseado numa frase que ele escutou em Embu das Artes após uma palestra que ali proferiu. E, em plena pandemia, engajou-se aos assuntos rotineiros sociais e societários para nos dar uma visão, não a do Brasil ´profundo´, mas da profundidade abissal em que o Brasil se encontra com a história própria de suas gentes.
Em cada capítulo e em cada parte do romance, ele inicia com um poema e uma brevíssima apresentação das origens do espaço urbano que tomou para cenário, no Brasil e em outros países.

Ele pegou aquela frase escutada num restaurante e transformou-a em porta de entrada para explicar como um notório narcotraficante se camuflou numa sociedade de poetas e filósofos para, logo, abrir a porta completamente e possibilitar-nos a descoberta do submundo que nos aterroriza social e tecnologicamente (leia-se milícias e ´internet´), entre amores e ódios, submissões de gênero em ´fraternidades´ que pregam o ódio.
Direcionada a todos os públicos, porque trata da sociedade como tal, o romance foi intitulado ´Chicote Artificial´ por ter a ação, nem sempre social e republicana, das corporações ´digitais´ como imagem a perar todos os quadros e cenários imaginados ou pinçados da realidade. João Barcellos conseguiu formular a mistura fina com uma filosofia de crítica construtiva poeticamente estabelecida. Já tinha lido algo parecido em Walter Scott e em Ernest Hemingway, mas não com esta intensidade psicológica que choca e revolta. Mais uma vez, João Barcellos surge na praça literária com uma preciosidade. ´Chicote Artificial´ é um romance da nossa era, da nossa idade e com os nossos problemas sociais e corporativos, entre a mulher que tenta ser e o homem que a domina e nela se ´percebe´ senhor dos tempos e das gerações.”