O cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado, conhecido mundialmente como Quino, morreu nesta quarta-feira aos 88 anos em Mendoza, sua cidade natal, onde havia se estabelecido há três anos, após a morte de sua esposa.
As Aventuras de Mafalda foram publicadas entre 1964 e 1973, mas continuaram a ser republicadas, traduzidas, replicadas em revistas e jornais, e a viajar pelo mundo e por diferentes gerações durante meio século. Até hoje.
Mafalda nasceu em 1963. Quino criou a menina para um anúncio – que nunca foi veiculado- quando trabalhava em uma agencia de publicidade de Buenos Aires, trabalho que servia para sustentar a sua paixão pelo desenho.
O nascimento de Mafalda e dos demais personagens das tiras, como Miguelito, Felipe ou Susana, ocorreu na convulsiva e revolucionária década de 1960 na Argentina e na América Latina. A menina de inocentes ideias progressistas e pacifistas marcou e iluminou uma geração jovem e da classe média argentina, boa parte da qual acabou desaparecida ou no exílio. Quino e sua esposa, Alicia, decidiram ir morar na Itália no início da ditadura em 1976 e se estabeleceram em Milão. Com a recuperação democrática em 1983, o artista continuou a residir na Europa, mas viajava com frequência para a Argentina até que alguns anos atrás retornou definitivamente ao seu país natal.
O cartunista e sua criação foram objeto de múltiplas homenagens e receberam prêmios em todo o planeta, destacando em 2014 o título de Cavaleiro da Legião de Honra da França e Príncipe das Astúrias das Humanidades.