Erva-baleeira, eucalipto, citronela, capim-vetiver e pimenta-rosa. Essas são algumas plantas medicinais produzidas em um sítio na cidade de Ibiúna, interior de São Paulo. São cerca de 100 espécies medicinais. Porém, dentre todas elas, a que mais se destaca é a melaleuca, planta australiana que tem em sua composição vários elementos que apresentam propriedades bactericidas, fungicidas, anti-inflamatórias e cicatrizantes.
As primeiras sementes de melaleucas foram trazidas da Austrália para o Brasil, em 2002. E pasmem: a ideia de trazê-las ao país foi do engenheiro agrônomo Rommel Sauerbronn da Cunha, responsável pelo sítio em Ibiúna.
Ele conta que a descoberta da planta foi durante uma viagem que realizou a Israel. Rommel tinha ido ao país para estudar alguns projetos de madeira nobre, mas o que encontrou por lá mudaria o roteiro de sua vida.
“Lá [em Israel] conheci um biofungicida. Fiquei muito curioso, até que encontrei o balde desse produto. E no balde estava lá: melaleuca. Fiquei maravilhado, porque era uma planta controlando fungos, bactérias e vírus de outras plantas. Anotei esse nome e trouxe para meu professor da faculdade”, recorda.
Após uma breve explicação sobre a importância da melaleuca, esse mesmo professor foi para a Austrália e trouxe algumas mudas da planta que, no início, foram produzidas na cidade de Viçosa (MG), onde fica a faculdade. De lá, Rommel trouxe para Piedade, sua cidade natal, e não demorou muito para plantá-las neste sítio onde hoje é responsável. Não à toa, o espaço foi batizado como o Sítio das Melaleucas.
ENCONTROS
Uma vez por mês, Rommel realiza encontros em seu sítio para dar oficinas que demonstram todo o processo que vai desde a colheita das plantas medicinais até a extração do óleo essencial, que ele comercializa. Todas as etapas são realizadas no local.
O farmacêutico e aromaterapeuta, Eduardo da Silveira Martins, veio do Rio de Janeiro para participar do último encontro que ocorreu em 15 de junho. Ele disse à Circuito que ficou sabendo da atividade pelo Facebook.
“Surgiu um grande interesse em participar da vivência no Sítio das Melaleucas porque eu quis sair um pouco da teoria e ver de perto tudo, desde o cultivo até a extração dos óleos essenciais”, conta.
Desde a faculdade, Eduardo falou que sempre teve interesse na fitoterapia de uma forma geral. Por meio do autoconhecimento e da espiritualidade, ele disse que esse interesse e envolvimento aumentaram, fazendo com que se aproximasse dos óleos essenciais.
“Daí precisei intensificar meus estudos a respeito. E continuo fazendo esse movimento. E fiquei muito feliz em ter ido conhecer o Sítio das Melaleucas e ver tudo isso. Fomos muito bem recebidos num ambiente de bastante trabalho e harmonia”, explica.
Também em contato pela rede social, a terapeuta integrativa Giseli Silva Costa ficou sabendo do encontro e participou para conhecer de perto as plantas que, segundo ela, têm trazido muitos benefícios a sua família.
“Utilizo-as no meu dia a dia doméstico, sempre que necessário, e as recomendo a amigos e pacientes. Tenho conhecido as plantas aromáticas dia após dia. Cada vez descobrindo mais possibilidades de uso”, disse Giseli.
O evento trouxe para Giseli um aprendizado ainda maior em relação ao respeito pela natureza e por tudo que ela tem a nos oferecer. A terapeuta saiu do sítio otimista e cheia de sonhos.
“Só tenho a agradecer ao Rommel por compartilhar seus sonhos e nos fazer sonhar com ele por produções mais sustentáveis, orgânicas, de maneira que tanto o ciclo das produções de produtos biodegradáveis como a questão de ibilidade às técnicas de plantio, produção, uso e manejo dos produtos sejam progressivamente expandidas a um público que se torna mais amplo e exigente a cada dia”, destaca.
ROTEIROS AROMÁTICOS
Ao lado de outras pessoas, Rommel está montando um projeto chamado “Roteiros Aromáticos Medicinais no Brasil”. Em suma, a ideia é expandir o plantio de espécies aromáticas e medicinais nativas em diversos estados e regiões.
Mesmo que ainda esteja em fase de construção e planejamento, na Chapada Diamantina (BA), por exemplo, o projeto já está avançado. No total, segundo o engenheiro agrônomo, já são 13 fazendas em produção. “Essas fazendas já estão, até mesmo, preparando outros sítios para receber turistas do mundo todo que querem conhecer essas plantas”, explica.
ÁGUA E ÓLEO
Da colheita das plantas a extração do óleo essencial, como dito anteriormente, é tudo é realizado no sítio [veja no vídeo abaixo]. O trabalho é feito por microdestiladores construídos por Rommel. Após um processo minucioso, na mistura da água com as plantas, o óleo é retirado e a água (o hidrolato ou água floral) é também utilizada na comercialização.
O hidrolato é rico em princípios ativos, pois a água é obtida durante a destilação das plantas aromáticas. O líquido é tradicionalmente usado para cuidar da pele, desinfetar feridas e refrescar o corpo.
Com o selo “Doctor Cunha”, uma homenagem ao pai de Rommel, Sebastião Gonçalves da Cunha, o Doutor Cunha, o óleo essencial das plantas e o hidrolato delas são vendidos por atacado. Para adquirir ou saber mais, os contatos estão no final da matéria.
OS BENEFÍCIOS DAS MELALEUCAS
Abaixo, Circuito trouxe cinco benefícios que o óleo essencial de melaleuca pode trazer. Confira:
Antisséptico
Devido às suas propriedades bactericidas, o óleo de melaleuca é bastante eficaz na eliminação de bactérias como E. coli, S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus ou outras bactérias que podem causar infecções através de feridas abertas. Além disso, também acelera o processo de cicatrização e reduz a inflamação.
Melhora a acne
A melaleuca reduz a acne devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antibacterianas e a capacidade para inibir o crescimento de bactérias, como é o caso da Propionibacterium acnes, a bactéria causadora da acne.
Trata fungos nas unhas
Graças às suas propriedades fungicidas, o óleo de melaleuca ajuda a tratar a micose nas unhas, podendo ser usado sozinho ou em combinação com outros remédios.
Anticaspa
O óleo de melaleuca é bastante eficaz no tratamento da caspa, melhorando a aparência do couro cabeludo e acalmando também a coceira.
Repele os insetos
Este óleo pode também ser usado como repelente de insetos, podendo ser ainda mais eficiente que os produtos de farmácia que têm Deet na sua composição. Além disso, pode ser também usado para impedir a infestação por piolhos ou para ajudar na sua eliminação, como ainda alivia a coceira provocada por esses parasitas.
Quando não se deve usar a melaleuca
O óleo de melaleuca é de exclusivo uso externo, não devendo por isso ser ingerido porque é tóxico por via oral. Além disso, quando usado na pele, deve ser diluído, principalmente em pessoas com pele sensível, para evitar irritação.
Possíveis efeitos colaterais
Segundo o site Tua Saúde, o óleo de melaleuca geralmente é bem tolerado, no entanto, embora seja raro, podem ocorrer efeitos colaterais como irritação da pele, reações alérgicas, coceira, queimação, vermelhidão e secura da pele.
“Este óleo é tóxico se for ingerido, podendo causar confusão, dificuldade em controlar os músculos e em fazer movimentos e pode ainda causar diminuição da consciência”, afirma o site.
Contatos:
(15) 99771-1175 (TIM)
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Por José Rossi Neto