Perspectivas Econômicas – O que esperar de 2016?

Atualmente em se tratando de economia brasileira, esta análise é também um profundo exercício de futurologia ao qual irei me atrever

Com a chegado de um difícil ano para nossa economia, a maioria das pessoas sonham com um 2016 bem melhor. Atualmente em se tratando de economia brasileira isso não é somente uma mera análise de indicadores, mas também um profundo exercício de futurologia ao qual irei me atrever.

Há várias formas de previsão por meio de vários métodos e critérios estimativos, uns mais empíricos, outros mais científicos, mas em ambos os casos, um fator extremamente importante é o quanto se crê em suas chances de ocorrência. Usualmente, as previsões visam auxiliar e dar subsídios para planejamento e tomada de decisões no futuro. Com uma boa previsão do futuro, pode-se estar melhor preparado para enfrentá-lo e para mitigar os riscos inerentes ao desconhecido.

Existem vários tipos de previsão: Previsão de Demanda – a fim de melhorar o controle de estoques e de suprimentos, Previsão Financeira – a fim de melhorar a definição das políticas de investimentos e de gastos, Previsão Econômica – a fim de tentar prever o que acontecerá nos próximos anos no Brasil, por exemplo.

Fundamental neste processo é compreender que há uma escala tempo, ou seja, quão longe se quer prever e em quanto tempo as medidas tomadas demoram a apresentar resultados (a construção de uma ponte a fim de solucionar problemas de mobilidade urbana entre dois pontos distantes requer uma escala de tempo bastante longa, diferentemente de uma alteração na taxa básica de juros).

Esta escala de tempo pode variar em função da metodologia empregada ser mais quantitativa ou mais qualitativa, sendo que em geral, os métodos quantitativos são utilizados para dar um e mais robusto às previsões qualitativas. A estatística dispõe de inúmeras ferramentas para o desenvolvimento destas metodologias. A experiência, a intuição, o conhecimento e a vivência ajudam na interpretação do que dizem as séries de tempo e as regressões.

Logo, neste instante muitas pessoas estão tentando fazer suas previsões a respeito do cenário econômico do (s) próximo (s) ano (s). Lembro a todos que em 2014, a economia brasileiracresceu 0,1%, ou seja, ficou estacionada ou estagnada, em linguagem mais acadêmica.

O atualministro Joaquim Levy tem constantemente declarado que 2015 será (e está sendo) um ano difícil por conta da necessidade de que sejam implementadas as medidas do chamado ajuste fiscal, que vem a significar medidas para aumentar as receitas e reduzir as despesas do governo. Nem as receitas estão crescendo, nem as despesas estão decrescendo (nos ritmos esperados) e nem mesmo o Ministro está inspirando continuidade.

Segundo o “Boletim Focus do Banco Central do Brasil” está acenando com as seguintes perspectivas econômicas para 2016:

– retração de crescimento do PIB de 2,01%. (Este ano deverá fechar em queda de 3,15%).

– inflação em 6,64%. (Atualmente está previsto fechar em 10,33%).

– Selic em 13,75%.(Atualmente está em 14,25%).

– Dólar a R$4,20. (Deve fechar o ano em R$3,95).

–Produção Industrial com contração de 2,00%. (Este ano deve fechar em 7,50%).

O que se percebe é um otimismo por parte dos analistas quanto ao próximo ano. E de certa forma, é até melhor que seja desta forma, pois as expectativas ruins acabam por criar um desânimo generalizado que desestimula o consumo, a produção e o emprego, tal qual está ocorrendo no presente. A mídia tem mostrado indicadores negativos no comércio, o que desestimula as compras e a produção. E tudo isto afeta o emprego e consequentemente a renda.

Claro que o otimismo (previsão qualitativa) deve estar em consonância com os fatos e acontecimentos políticos (de quem depende as reformas) e sociais (onde elas são sentidas). Cautela é necessária. Otimismo é importante. Informação é fundamental. E os detalhes fazem a diferença.

Em minha opinião, para não me furtar da mesma conforme proposto no início é que devemos ter uma leve recuperação da produção industrial, um dólar que pode chegar com o quase certo rebaixamento do Brasil a R$4,50, uma SELIC não muito diferente da atual, uma inflação na casa dos 8% em função da pressão que os preços istrados estão/irão exercer em 2016, e uma retração econômica do PIB de 2,5%.

Por Leonardo Bastos, coordenador do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário Newton Paiva

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