Na história recente da humanidade, vivemos alguns momentos extremamente marcantes. Com acontecimentos que jamais esqueceremos e lembraremos com detalhes para sempre! O que você fazia na hora, onde estava, com quem estava, o que sentia etc. ei por alguns desses momentos. Uns emocionantes, outros plenos de felicidade, alguns dramáticos, tristes e estarrecedores. Chegada do homem à Lua, queda do Muro de Berlim, sequestro da poupança do povo brasileiro pelo então presidente Collor de Melo, conquistas dos títulos de campeão mundial, ao vivo e in loco, pelo meu querido tricolor, guerra do Iraque, ataque às torres gêmeas, e agora, no atual cenário mundial que vivemos, o surgimento dessa praga do coronavírus. Confesso que nunca vi nada igual! Quando escrevo este texto, vejo ao redor um cenário de filme de ficção. Nem preciso descrever tal cenário. Em casa na quarentena, tento explicar às crianças a gravidade do momento. Impossível! Reforço que será lembrado por eles por toda vida, mesmo que eles não estejam entendendo nada do que está acontecendo. Não consigo. Com o gás todo, cheios de energia com os pais e avós por perto, eles querem mais é brincar e desfrutar a presença de todos. Acabo me separando deles e buscando o isolamento. Em home office, isolado e vigiado, como todos brasileiros conscientes, com as contas a pagar e os boletos gritando e com os juros do banco comendo solto, pergunto, como chegamos a esse ponto? Não sou especialista no assunto, mas parece claro que alguns hábitos alimentares de cantões da China facilitam a proliferação do vírus nunca antes nocivos aos humanos. No caso do Covid-19, ao que parece tudo começou com a ingestão de carne de morcegos e cobras por seres humanos. Não podemos nos esquecer das epidemias já disseminadas e controladas, mas ainda ameaçadoras vindas da mesma região: gripe asiática (1957), gripe Hong Kong (1968/1969), SARS (2003), gripe aviária (2004) e gripe suína (2010). Ou seja, se nada for feito, teremos epidemias e pandemias em nível mundial de tempos em tempos. Tudo já foi dito e as providências certas ou não já foram tomadas com relação ao Covid-19. Mas e o futuro? Quais foram as medidas adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS)? E a ONU? O governo chinês não deveria ser advertido e obrigado a tomar medidas preventivas? Por muito menos, na época das queimadas na Amazônia, viramos o vilão número 1 do planeta, sofremos sanções internacionais e críticas até do papa. Onde estão agora essas vozes defensoras do planeta? A humanidade a pelo pior momento da história recente, e tudo segue para que em breve a mesma história se repita, com requintes de crueldade. Se nada for feito com relação às condições de higiene na China, novos vírus surgirão. Cada vez mais indomáveis. A boa notícia é que nesse momento de desgraça, até os congressistas mais oportunistas e corruptos se rendem à gravidade da situação e param de atrapalhar os trâmites de aprovações de projetos fundamentais para sairmos dessa pandemia. Até quando, não sei, o que sei é que tudo que não precisamos agora é de aços, contra ou a favor, não importa, precisamos sim de providências severas para evitar novas pandemias em nível mundial. E que o governo chinês tome providências. Deus nos proteja! E proteja a nossa querida revista Circuito, que comemorou 20 anos em abril. No meio de tantas turbulências, uma bênção e uma alegria para todos nós podermos contar com essa publicação tão especial! Meus sinceros parabéns a toda equipe da Circuito!

 


Por Marcos Sá, consultor de mídia impressa, com especialização em jornais, na Universidade de Stanford, Califórnia, EUA. Atualmente é diretor de Novos Negócios do Grupo RAC de Campinas

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