Por Mônica Krausz
A nona em uma família com 9 meninas e um menino, filha de um motorista de caminhão e uma dona de casa, que procurava contribuir com a renda da família com costuras e faxinas. Natural de São Paulo, com muita determinação, conseguiu estudar e se formar. Psicóloga e Pedagoga, orgulha-se de ter ajudado a alfabetizar os próprios pais. Mãe de dois filhos e uma filha, avó de dois netos, um deles autista, se especializou também em transtornos do neurodesenvolvimento.
Essa é, Solange Aroeira, 57 anos, a nova Secretária da Mulher, Neurodiversidade e Inclusão Social de Cotia, que recebeu a reportagem da Revista Circuito para falar dos novos desafios como gestora pública. O principal deles, a inclusão social de todos: mulheres em vulnerabilidade, pessoas com deficiência, neurodivergentes, negros e idosos. Não é à toda que os Conselhos da Mulher, Pessoa com Deficiência e da Igualdade Racial, que reúnem agentes do poder público e da sociedade civil, são responsabilidade de sua secretaria. E, segundo ela, em breve, um novo, o Conselho LGBTQIA+.
O propósito da Neurodiversidade como pauta pública
Em 2017, quando nasceu seu primeiro neto, Enzo, Solange estava docente em uma universidade e uma das disciplinas que lecionava era a de transtornos de aprendizagem. Foi então que começou a vivenciar a neurodiversidade em sua própria família e se aprofundar mais sobre esta temática. Segundo ela, na época, pouco se falava sobre autismo.
Sua família consultou especialistas, enquanto ela mesma se afastou do trabalho na universidade para se dedicar ao desenvolvimento do neto. “Foi então que começamos a questionar como faziam as famílias que não têm os mesmos recursos que a gente e comecei a traçar um projeto de inclusão dos neurodivergentes a partir da criação de Centros de Referência TEA”, lembra Solange.
De acordo com a Secretária, o projeto foi apresentado a alguns gestores das cidades da região, mas apenas o então candidato Welington Formiga abraçou a causa imediatamente. Hoje o Centro de Referência TEA está no plano de governo e entrará no orçamento do ano que vem, pois o orçamento deste ano foi feito pela gestão anterior. Neste primeiro ano, a Secretária vai se concentrar na formação e orientação dos servidores públicos no atendimento aos neurodivergentes.
Compromissos da pasta:
Atendimento à mulher: hoje a secretaria acolhe a mulher vítima de violência que a procura espontaneamente ou é encaminhada pelas delegacias da cidade, guardiões Maria da Penha ou pela saúde. A Secretaria orienta e encaminha estas mulheres para os serviços públicos da rede de proteção, o que inclui a Casa de agem e a Casa Abrigo, do Cioeste. Criar Centros de Referência da Mulher é uma das prioridades da pasta. Espaços específicos com vários serviços para a mulher de forma a prevenir problemas de saúde, saúde mental e vulnerabilidade econômica.
Centro de Referência TEA: hoje o Núcleo Municipal de Atendimento ao Autista (NAMA), ligado à pasta do Desenvolvimento Social, faz o cadastro das famílias e as encaminha para os serviços disponíveis. O Caps IJ, da Saúde, recebe os autistas, mas não tem equipe suficiente e especializada o bastante para lidar com as suas necessidades, segundo a secretária. Os Centros de Referência TEA, que também estarão dentro da estrutura da saúde, mas com a sua supervisão, vão desafogar o Caps e atender os autistas com mais especificidade em todas as suas necessidades.
Programa Lar em Paz: programa de atendimento ao cônjuge em situação de violência, iniciado na gestão ada numa parceria da então Secretaria da Mulher, Direitos Humanos e Cidadania, com a DDM e o Ministério Público, terá continuidade.

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