Venda e locação de imóveis residenciais têm queda

Em comparação com dezembro de 2015, as vendas em janeiro foram 15,31% menores e o número de habitações alugadas caiu 1,52%

As vendas de imóveis usados e a locação de casas e apartamentos começaram o ano em baixa na cidade de São Paulo. Em comparação com dezembro de 2015, as vendas em janeiro foram 15,31% menores e o número de habitações alugadas caiu 1,52% segundo pesquisa feita com 311 imobiliárias pelo Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP).

Na comparação com janeiro do ano ado, a queda nas vendas é de 53,81% – o índice de vendas da Capital despencou de 0,2964 no primeiro mês de 2015 para 0,1595 em janeiro deste ano. Já o aluguel teve comportamento diferente, com alta de 6,27% na mesma comparação, com o índice de locação evoluindo de 2,2844 para 2,4277 de um ano para o outro.

A queda nas vendas puxou para baixo o preço dos imóveis usados no período, que na média caiu 2,5% em relação a dezembro. Os aluguéis seguiram a mesma trilha, com queda média de 3,53%.

No mercado de locação, manteve-se a tendência iniciada em outubro do ano ado, de o número de imóveis devolvidos por inquilinos às imobiliárias superar o de novas locações. Em janeiro, os imóveis devolvidos superaram em 11,66% o total de novos contratos firmados. O número de inquilinos inadimplentes deu um salto de 14,15% de dezembro para janeiro ao ar de 5,16% para 5,89% do total de contratos em vigor nas imobiliárias que o Creci-SP pesquisou.

“Essas são as consequências do aumento do desemprego, da inflação que vem espremendo a renda das famílias e da perda de renda e do poder aquisitivo, sem contar a desconfiança sobre como serão os meses futuros”, avaliou José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP. Ao lembrar que o rendimento médio real dos trabalhadores ocupados caiu 1,% em relação a dezembro e 7,4% na comparação com janeiro de 2015, ele ilustra o impacto dessa redução sobre os mercados de venda e de locação residencial.

“O salário médio real dos trabalhadores ocupados em janeiro foi de R$ 2.249,90 segundo o IBGE, valor que não cobre o aluguel de um apartamento de 3 dormitórios em bairros como Mooca e Santana, alugados em média por R$ 2,5 mil, e mal dá para bancar a locação de um apartamento de 2 dormitórios na Aclimação e no Brooklin, que tem custo médio de R$ 1,7 mil”, exemplifica Viana Neto.

Ele prevê a continuidade do movimento de troca de imóvel alugado e dificuldades crescentes para a compra da casa própria. “A caderneta de poupança, que é a maior fonte de recursos para o financiamento de imóveis, perdeu R$ 53,5 bilhões no ano ado. O governo precisa se mexer com urgência pois a liberação dos R$ 21,7 bilhões do FGTS para aumentar as linhas de financiamento não vai ser suficiente para reativar o mercado”, pondera.

Imóveis de até R$ 600 mil foram os mais vendidos na Capital em janeiro, segundo a pesquisa do Creci-SP. Eles representaram 50% do total. Na divisão das vendas por faixas de preço de metro quadrado, predominaram as casas e apartamentos com valor médio de até R$ 7 mil o metro quadrado, com 57,69% dos contratos. As imobiliárias venderam mais apartamentos (76,19% do total) do que casas (23,81% do total).

A maioria das vendas foi feita por meio de financiamento bancário, presente em 57,15% dos contratos. As vendas feitas à vista somaram 35,71%; as financiadas pelos proprietários, 4,76%; e as efetivadas com carta de crédito de consórcios, 2,38%.

Os donos dos imóveis vendidos pelas imobiliárias pesquisadas concederam descontos sobre os preços originalmente pedidos que variaram de 2,75% para imóveis de bairros da Zona C, como  Lapa, Mandaqui, a 7,13% na Zona B, onde estão agrupados bairros como Paraíso e Pinheiros.

Segundo a pesquisa do Creci-SP, o imóvel que ficou mais caro em janeiro foi o apartamento de padrão médio construído há mais de 15 anos e localizados em bairros da Zona B. O aumento do preço do metro quadrado foi de 15,52%, com o valor subindo de R$ 5.487,80 em dezembro para R$ 6.339,34 em janeiro.

O imóvel usado que ficou mais barato de dezembro para janeiro foi o apartamento de padrão simples também construído há mais de 15 anos e situado em bairros da Zona D, como Jaçanã, Jaguaré, Jardim Miriam. O preço médio do metro quadrado desse tipo de imóvel baixou 21,05%, de R$ 3.958,33 em dezembro para R$ 3.125,00 em janeiro.

Casas e apartamentos com aluguel médio de até R$ 1.200,00 mensais foram os preferidos dos paulistanos que alugaram imóvel em janeiro na Capital. Segundo a pesquisa CRECI-SP, esses imóveis concentraram 59,34% dos contratos formalizados nas 311 imobiliárias que o Conselho consultou. Na divisão por faixas de valor, aluguéis entre R$ 800,00 e R$ 1.000,00 foram os campeões de locação, com 26,89% do total de contratos.

A pesquisa do Creci-SP apurou que o aluguel que mais subiu em janeiro na Capital, com alta de 27,94% em relação a dezembro, foi o de casas de 1 dormitório em bairros da Zona B. O aluguel aumentou de R$ 850,00 para R$ 1.087,50. O aluguel que teve maior queda, de 28,52%, foi o de apartamentos de 3 dormitórios em bairros da Zona D – o valor médio ou de R$ 1.916,67 em dezembro para R$ 1.370,00 em janeiro.

A Zona C, onde estão agrupados entre outros os bairros de Mooca, Santa Cecília e Santana, foi a que teve maior número de imóveis alugados, com 46,49% do total. Seguiram as Zonas B (20,27%), E (15,37%), D (15,1%) e A (2,78%).

O número de ações judiciais propostas nos Fóruns da Capital baixou 20% – foram 1.350 ações em janeiro e 1.628 em dezembro (ver quadro abaixo). Houve redução no número de ações por falta de pagamento (- 18,56%), renovatórias do aluguel (- 12,31%), de rito sumário (- 22,92%) e ordinárias (- 29,11%). Só cresceu o número de ações consignatórias – de 4 para 8, ou 100%.

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